17.10.11

[do outro lado da Ponte]



Do outro lado a liberdade tem um outro significado, a alegria não acaba ao pôr do Sol e a História ganha um novo final. Do outro lado da Ponte não há segredos entre mim e a eternidade, não há ensaios sobre cegueira, não existem meias verdades.

É uma Ponte longa e velha (muito velha) parecida com aquelas dos filmes de aventuras. As cordas antigas em alguns trechos arrebentadas, oferecem pouca segurança e a madeira, bem... essa dispensaria qualquer tipo de comentário. Numa síntese, é o tipo de aventura que nenhum gostaria de vivenciar, a menos que tivesse motivos intrigantes como o meu.

Não esperava que alguns dos que estão deste lado da Ponte entendessem os motivos pelos quais arriscaria minha vida, minha credibilidade e tudo que conquistei ao longo de uma vida toda do lado de cá. Mas eu sabia que essa Ponte me separava de grandes mistério - sempre soube disso.

Arrisco os primeiros passos. Pedaços de madeira danificados provocam feridas profundas nos meus pés, mas me nego a voltar. Em alguns trechos da Ponte não há onde apoiar a mão. Preciso me agachar caso queira manter o equilíbrio. A vulnerabilidade aumenta junto como a certeza de ter feito a escolha certa. Só o sonho de alcançar o inalcançável mantém-me no caminho (e mais uma vez quero ser incisivo em dizer que não esperava que ninguém dos que deixei pra traz entendesse isso).

Depois de caminhadas, pausas, choros e gritos que gritei dentro de mim, mas uma vez meus olhos voltam a lacrimejar, mas desta vez, por já avistarem do outro lado, outros pés feridos e rostos iluminados que traduzem o indescritível.

Ainda tenho um trecho pra percorrer, meus medos pra derrotar, meu ego pra vencer, minhas dores pra deixar, e a eternidade pra viver; por isso, avanço sem ter pressa pro que me espera além dessa Ponte, o "pra sempre".

14.9.11

[Retomada]

Pensei em escrever ontem aqui. Apenas pensei. Hoje li o que um amigo escreveu: "não se deve abandonar um blog" e foi o que me motivou a voltar a escrever. Motivos tenho, e muitos. Escrever nunca foi um dos meus maiores dons, no entanto há espaço pra mais essa paixão aqui dentro.

Coincidentemente ontem fez um ano desde a minha última postagem no Blog. Não vou tentar dizer o quanto esses últimos 12 meses foram bons pra mim. Eu não posso fazê-lo. O trato que tenho com as palavras não é tão bom ao ponto de ser suficiente pra descrever.

Novos amigos, novas paixões, novos planos, novos trabalhos, novos ideais... não poderia deixar de dizer, novos pensamentos. Afinal, como Descartes diria, pensar é vital pra existência, e por que não dizer que as dúvidas provenientes dos pensamentos precedem a sabedoria?

Espero de verdade poder estar mais próximo da arte da escrita.

Nos vemos em breve!
Shalom!